Nas Unidades Básicas de Saúde (UBS), o enfermeiro tem um papel fundamental na educação em saúde, promovendo hábitos saudáveis e prevenindo doenças. Diferente de outras abordagens pontuais, o trabalho nas UBS busca gerar mudanças duradouras, adaptando orientações às condições de vida e ao contexto social dos pacientes.
Para Humberto Aparecido Faria, professor de Enfermagem do Centro Universitário Una Uberlândia, o sucesso na educação em saúde está diretamente ligado ao vínculo com os pacientes e ao uso de estratégias adequadas. “Mudança de hábito leva tempo, e o enfermeiro precisa entender o contexto socioeconômico e cultural das pessoas. Quanto mais alinhada à realidade delas for a orientação, maior será a adesão”, explica.
Temas como amamentação ilustram bem essa necessidade. “Não basta falar da importância do aleitamento. O enfermeiro precisa conhecer as condições das gestantes e adaptar as orientações. Quanto mais próximo da realidade delas, maior será a confiança e o impacto.”
A adaptação das orientações às condições da comunidade é essencial para que a eficiência do aprendizado. O enfermeiro precisa buscar soluções viáveis e criativas. Faria menciona como exemplo os pacientes com diabetes tipo 2. “Não adianta falar de alimentação saudável sem considerar a realidade econômica das famílias. Hortas comunitárias ou individuais feitas com material reciclado são uma forma prática de incentivar uma dieta equilibrada e sustentável.”
A atuação do enfermeiro é ainda mais eficaz quando realizada de forma multiprofissional, envolvendo outros especialistas, como é o caso dos nutricionistas no tratamento de diabetes ou o fisioterapeuta na prevenção a lesões. Além disso, o enfermeiro é responsável por educação continuada com os próprios colegas de equipe, disseminando boas práticas e promovendo aprendizado constante.
O papel fundamental do enfermeiro é ser um agente de transformação, contribuindo para a promoção da saúde e a prevenção de doenças de forma integrada e sustentável nas UBS.