Pesquisadores descobriram uma nova espécie de planta endêmica da serra do Maciço do Urucum, em Corumbá, Mato Grosso do Sul. O artigo que descreve a planta foi publicado no dia 14 de fevereiro, na revista internacional Phytotaxa.
A pesquisa foi realizada por Aristônio Magalhães Teles, professor do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Goiás (ICB/UFG), Cláudia Barbieri Mendonça, professora do Departamento de Botânica do Museu Nacional, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Rosilene Rodrigues Silva da J&F Mineração e Marco Otávio Pivari do Bioma Meio Ambiente, Nova Lima, Belo Horizonte, Minas Gerais.
Homenagem
Os pesquisadores decidiram homenagear Jimi Naoki Nakajima, professor e pesquisador do Instituto de Biologia da Universidade Federal de Uberlândia (Inbio/UFU), integrando o seu sobrenome ao nome científico da espécie. Denominada como Lepidaploa nakajimae, a planta faz parte da família Asteraceae, que abrange também as margaridas e os girassóis.
Eu me senti muito feliz pela homenagem, que reconhece os anos que dediquei ao estudo desta família no Brasil. Acompanho a carreira do Aristônio desde a sua graduação e o conheci quando ele estava iniciando o mestrado. Conheci também a Cláudia quando ela veio até o nosso herbário em Uberlândia para coletar algumas amostras de grãos de pólen para o doutorado. Então, a homenagem é também nesse sentido, no reconhecimento da minha contribuição na formação de novos pesquisadores/as da familia”, relatou o professor, que recebeu pela primeira vez uma homenagem na nomenclatura científica de uma espécie.
Estima-se que o gênero Lepidaploa tenha 150 espécies distribuídas na América do Sul. Com base nisso, para fazer um novo registro, os pesquisadores precisaram analisar todas as espécies já descritas para verificar se a planta descoberta não tinha sido registrada antes.
Trabalho de campo
Durante o trabalho de campo até a descoberta de uma nova espécie, os cientistas sempre buscam plantas que contenham flores ou frutos. Depois que a planta é encontrada, seus ramos são colocados em uma prensa para um processo de desidratação por até sete dias. A partir da análise desse material seco, ocorre a descrição morfológica (características das folhas, flores, raízes, caules, troncos, hastes, entre outros elementos) e a identificação da espécie.
Todo esse processo de análise é feito em um estereomicroscópio, que funciona como uma “lupa” que amplia as amostras, oferecendo uma visão mais detalhada da planta.
A realização do trabalho de campo que resultou na descoberta da planta foi possibilitada pelo projeto Rede de Taxonomistas, do qual os autores do artigo fazem parte.
Jimi Naoki Nakajima possui mestrado em Biologia Vegetal pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp), além de possuir um doutorado em Biologia Vegetal pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Atualmente é professor titular da Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Tem experiência na área de Taxonomia de Fanerógamas, particularmente da família Asteraceae, atuando também na linha de pesquisa de levantamentos da flora em Uberlândia e região. Seu trabalho mais recente é o levantamento da flora da reserva ambiental da Souza Cruz, no Distrito Industrial de Uberlândia.
UFU