Tom Jobim dizia que a música brasileira é aquela que ri e que chora. Este é um bom ponto de partida para abordar a nova música de Emicida, "Acabou, mas tem…", uma canção que sorri com uma ponta de dor (ouça aqui). Com lançamento marcado para 29 de fevereiro, a faixa, que tem produção assinada por Emicida e Damien Seth, carrega um pranto e um lamento emoldurados por uma harmonia que provoca esperança – algo que, de certa forma, reflete a dualidade do título do single. O videoclipe, disponível no canal de YouTube do rapper paulistano (assista aqui), também compartilha do contraste para ambientar a narrativa.


Quando lançou AmarElo (2019), Emicida usou o termo "neo samba" para definir a sonoridade presente no trabalho. Dessa forma, ele propôs criar algo novo, poeticamente bonito e liricamente empolgante, contudo, tendo como guia a renovação de um gênero originalmente brasileiro. "Acabou, mas tem…" chega como o encerramento do ciclo de AmarElo e também como evolução da incursão do artista pelo neo samba. "O ápice dos gêneros passa. É efêmero. Mas os artistas que têm substância se mantêm. Eu acho que encontrei a linguagem da minha música, tenho me sentido instigado por esse exercício de criação", ele comenta. Ao iniciar aulas de flauta transversal, o rapper adicionou uma nova camada para o desenvolvimento dessa construção. "A minha música é ancorada na palavra e estudar um instrumento tem servido pra me libertar de umas amarras bobas que eu mesmo criei, fugindo de uns estereótipos e caindo em outros. Essa coisa de neo samba é uma responsa, por isso fui estudar sério. Quero criar algo musical que dê orgulho aos meus ídolos", complementa.

Com direção de Pedro Conti e Diego Maia, o videoclipe de "Acabou, mas tem…" reforça a dualidade ao representar a música por meio de uma animação, contrastando a suavidade do som com a dureza da letra. 

Sem lançar uma música inédita há dois anos – as últimas foram "É Tudo pra Ontem" (2019) e "São Pixinguinha" (2021) – "Acabou, mas tem…" fotografa o espírito de um tempo consumido pela agonia, pela claustrofobia e pela ansiedade de uma sociedade doente. Embora a música carregue uma grande carga de tristeza, ela tem também a sua ponta de luz, amarrando o experimento social AmarElo com um laço cintilante de esperança. "É como um grito ante à essa avalanche de tragédias diretas e indiretas, eu só tô tentando ficar bem, sobreviver, sabe?", finaliza Emicida.

AmarElo – A Gira Final
Após ser realizado 120 vezes e ter passado por 9 países e 55 cidades, o espetáculo AmarElo acabou se tornando uma espécie de culto para o público, tamanha a profundidade e intensidade da troca entre o artista e os seus fãs. Por isso, a despedida desta turnê não poderia ser como um corte seco. O cantor, compositor, rapper e pensador contemporâneo anunciou, então, AmarElo – A Gira Final, uma parceria da Laboratório Fantasma com a Live Nation Brasil que fará da experiência de AmarElo ao vivo algo ainda mais especial. Ao todo, doze cidades receberão a turnê, que é apresentada por Elo e tem Budweiser como cerveja oficial. São elas: Belo Horizonte (8 e 9 de março); Porto Alegre (06 de abril); Brasília (12 de abril); Goiânia (13 de abril); Recife (26 de abril); Salvador (11 de maio); Rio de Janeiro (18 de maio); São Paulo (25 de maio); Florianópolis (21 de junho); Curitiba (22 de junho); Manaus (28 de junho) e Belém (30 de junho). Os ingressos podem ser adquiridos online (www.ticketmaster.com.br; e, em Manaus, exclusivamente, em https://www.bilheteriadigital.com/) e nas bilheterias oficiais.

Ouça "Acabou, mas tem…"

Assista ao videoclipe de "Acabou, mas tem…"

Assessoria